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Efeitos da espiritualidade no organismo

Por Gabriel Meissner. São Paulo, 07 de maio de 2007.

Recentemente, foi publicada na Folha de São Paulo uma matéria sobre os efeitos da espiritualidade no organismo. Interessantíssima!

Nela, a redatora Mariana Bergel descreve como pesquisas sobre meditação, oração e outras práticas religiosas/espirituais têm sido, cada vez mais, objeto de estudo por pesquisadores da área da saúde e fornece um dado animador: segundo recente pesquisa nos Estados Unidos, 56% dos médicos americanos acreditam que a religião e a espiritualidade influenciam positivamente a saúde dos seus pacientes.

A julgar por esta e outras notícias que têm sido cada vez mais veiculadas na mídia, vê-se claramente que a divisão entre ciência e fé, medicina e espiritualidade, está se tornando cada vez mais tênue. Logicamente, sempre haverá diferenças de métodos e aplicações, mas a tendência é que a animosidade e o antagonismo cedam lugar à cooperação. E isso parece muito mais interessante a todos nós, praticantes ou usuários de terapias ditas “alternativas”.

Mas é claro que sempre que se acende uma vela projeta-se uma sombra, como diria o velho Eliphas Levi.

Da mesma forma que a religiosidade/espiritualidade podem ter resultados benéficos sobre o organismo e o bem-estar do indivíduo, isto pode não ser bem verdade se este indivíduo não estiver bem resolvido com a sua fé. Por isso, a matéria cita como exemplo casos de homossexuais religiosos que vivem conflitos internos quando fazem parte de uma das várias religiões que os condenam ao fogo do inferno.

É claro que o estresse criado por este conflito não pode ser benéfico à sua saúde. Prova de que se por um lado uma vida religiosa madura torna as pessoas saudáveis e equilibradas, o dogmatismo preconceituoso e anacrônico só pode causar infelicidade e doença. Dogmatismo é o verdadeiro ópio do povo, não a religião ou a espiritualidade.

Mas a informação mais surpreendente da matéria é uma notícia já mais antiga da qual eu soube uns dois anos atrás.

A matéria informa que na UnB (Universidade de Brasília) foi realizada uma pesquisa que indicou os efeitos no organismo da oração feita não pelo próprio paciente, mas por outras pessoas. Revelou-se que, após voluntários receberem orações durante uma semana, sua fagocitose tornou-se mais estabilizada. A fagocitose é um dos principais mecanismo de defesa do organismo.

Todas as medidas para evitar o efeito placebo foram tomadas, de modo que o resultado da pesquisa não pode ser auto-sugestão. Pois os voluntários nunca sabiam se iam ou não ser orados durante aquela semana.

Obviamente, este estudo indica o efeito da cura à distância, considerada ainda fantasiosa por tanta gente. Devido à falta de controle, os diversos relatos de cura à distância são qualificados como lendas, mal-entendidos ou simples picaretagem. Este estudo controlado, porém, indica que pode haver verdade em muitos destes relatos.

Eu gostaria muito de ver a mesma pesquisa ser repetida, mas dessa vez para investigar os efeitos do Reiki à distância. Não tenho dúvidas de que apontaria resultados semelhantes ou mesmo superiores.

A matéria finaliza comentando a teoria freudiana, popular entre a intelectualidade, de que a religião é uma neurose universal e primitiva e que, com a evolução do homem, ela seria gradualmente pela sociedade.

Porém, ela cita pesquisas científicas que têm indicado o oposto, resultando na “neuroteologia”, que estuda o “processamento das emoções relacionadas à religião e à espiritualidade no cérebro”.

Estaria Freud equivocado em sua avaliação da religião? Não tenho dúvidas de que sim. Uma crítica que já foi feita muitas vezes à Freud pelos fundadores e adeptos da psicologia humanista é de que ele concentrou seus estudos na identificação do que torna os seres humanos doentes, mas nunca se preocupou em estudar a fundo o que os torna saudáveis.

É claro que isto criou um viés em sua teoria, pois apenas identificou os aspectos neuróticos de instituições religiosas decadentes e anacrônicas, sem realmente perceber que há muito mais no fenômeno religioso a ser identificado e estudado.

E, hoje, com estas pesquisas científicas citadas pela matéria da Folha de São Paulo – e tantas outras não citadas nela – percebe-se mais claramente que a religião e a espiritualidade também contém elementos benéficos e, talvez, mesmo essenciais para o amadurecimento do ser humano.

Sou da opinião de que devemos conduzir nossa vida espiritual de forma absolutamente pragmática e nunca dogmática. Não é importante avaliar se a forma como a conduzimos nos levará ao céu ou ao inferno, se criará um “bom carma” ou um “mau carma”, ou outras besteiras do tipo. Importante é avaliar se está conduzindo à felicidade, ao auto-conhecimento e à saúde. Aquilo que conduz a estes estados é certamente a essência da vida espiritual. O resto, é somente dogmatismo e anacronismo. O ópio do povo.

Leia a matéria na íntegra no blog Saindo da Matrix.



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