Recentemente, foi publicada na Folha de São Paulo uma matéria sobre os efeitos da espiritualidade no organismo. Interessantíssima!
Nela, a redatora Mariana Bergel descreve como pesquisas sobre meditação, oração e outras práticas religiosas/espirituais têm sido, cada vez mais, objeto de estudo por pesquisadores da área da saúde e fornece um dado animador: segundo recente pesquisa nos Estados Unidos, 56% dos médicos americanos acreditam que a religião e a espiritualidade influenciam positivamente a saúde dos seus pacientes.
A julgar por esta e outras notícias que têm sido cada vez mais veiculadas na mídia, vê-se claramente que a divisão entre ciência e fé, medicina e espiritualidade, está se tornando cada vez mais tênue. Logicamente, sempre haverá diferenças de métodos e aplicações, mas a tendência é que a animosidade e o antagonismo cedam lugar à cooperação. E isso parece muito mais interessante a todos nós, praticantes ou usuários de terapias ditas “alternativas”.
Mas é claro que sempre que se acende uma vela projeta-se uma sombra, como diria o velho Eliphas Levi.
Da mesma forma que a religiosidade/espiritualidade podem ter resultados benéficos sobre o organismo e o bem-estar do indivíduo, isto pode não ser bem verdade se este indivíduo não estiver bem resolvido com a sua fé. Por isso, a matéria cita como exemplo casos de homossexuais religiosos que vivem conflitos internos quando fazem parte de uma das várias religiões que os condenam ao fogo do inferno.
É claro que o estresse criado por este conflito não pode ser benéfico à sua saúde. Prova de que se por um lado uma vida religiosa madura torna as pessoas saudáveis e equilibradas, o dogmatismo preconceituoso e anacrônico só pode causar infelicidade e doença. Dogmatismo é o verdadeiro ópio do povo, não a religião ou a espiritualidade.
Mas a informação mais surpreendente da matéria é uma notícia já mais antiga da qual eu soube uns dois anos atrás.
A matéria informa que na UnB (Universidade de Brasília) foi realizada uma pesquisa que indicou os efeitos no organismo da oração feita não pelo próprio paciente, mas por outras pessoas. Revelou-se que, após voluntários receberem orações durante uma semana, sua fagocitose tornou-se mais estabilizada. A fagocitose é um dos principais mecanismo de defesa do organismo.
Todas as medidas para evitar o efeito placebo foram tomadas, de modo que o resultado da pesquisa não pode ser auto-sugestão. Pois os voluntários nunca sabiam se iam ou não ser orados durante aquela semana.
Obviamente, este estudo indica o efeito da cura à distância, considerada ainda fantasiosa por tanta gente. Devido à falta de controle, os diversos relatos de cura à distância são qualificados como lendas, mal-entendidos ou simples picaretagem. Este estudo controlado, porém, indica que pode haver verdade em muitos destes relatos.
Eu gostaria muito de ver a mesma pesquisa ser repetida, mas dessa vez para investigar os efeitos do Reiki à distância. Não tenho dúvidas de que apontaria resultados semelhantes ou mesmo superiores.
A matéria finaliza comentando a teoria freudiana, popular entre a intelectualidade, de que a religião é uma neurose universal e primitiva e que, com a evolução do homem, ela seria gradualmente pela sociedade.
Porém, ela cita pesquisas científicas que têm indicado o oposto, resultando na “neuroteologia”, que estuda o “processamento das emoções relacionadas à religião e à espiritualidade no cérebro”.
Estaria Freud equivocado em sua avaliação da religião? Não tenho dúvidas de que sim. Uma crítica que já foi feita muitas vezes à Freud pelos fundadores e adeptos da psicologia humanista é de que ele concentrou seus estudos na identificação do que torna os seres humanos doentes, mas nunca se preocupou em estudar a fundo o que os torna saudáveis.
É claro que isto criou um viés em sua teoria, pois apenas identificou os aspectos neuróticos de instituições religiosas decadentes e anacrônicas, sem realmente perceber que há muito mais no fenômeno religioso a ser identificado e estudado.
E, hoje, com estas pesquisas científicas citadas pela matéria da Folha de São Paulo – e tantas outras não citadas nela – percebe-se mais claramente que a religião e a espiritualidade também contém elementos benéficos e, talvez, mesmo essenciais para o amadurecimento do ser humano.
Sou da opinião de que devemos conduzir nossa vida espiritual de forma absolutamente pragmática e nunca dogmática. Não é importante avaliar se a forma como a conduzimos nos levará ao céu ou ao inferno, se criará um “bom carma” ou um “mau carma”, ou outras besteiras do tipo. Importante é avaliar se está conduzindo à felicidade, ao auto-conhecimento e à saúde. Aquilo que conduz a estes estados é certamente a essência da vida espiritual. O resto, é somente dogmatismo e anacronismo. O ópio do povo.
Leia a matéria na íntegra no blog Saindo da Matrix.
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